quinta-feira, 9 de julho de 2009

O almanaque de Nelson Cadena



Sentinela - Luis Guilherme*


Já está circulando o Almanaque de Comunicação – Bahia 2009, anuário que o publicitário e jornalista Nelson Varón Cadena edita desde 2003. A publicação, além de divulgar a relação, por categoria, das empresas de comunicação da Bahia, inventaria os fatos afins com o setor ocorridos no ano anterior e enfatiza aqueles previstos para o ano corrente. Em 2009, Cadena destacou no seu Almanaque os 30 anos da Correio da Bahia e os 40 anos da Tribuna da Bahia e da TV Aratu. Daí o Almanaque possuir a simultânea função de ser referência e ser memória.

A versão de 2009 do Almanaque de Comunicação é a sétima que Nelson Cadena oferece “aos departamentos de comunicação de 18 segmentos econômicos”, conforme o editor esclarece no expediente da publicação. O conjunto dos sete volumes deve permitir, na atualidade, estudos comparativos da evolução (ou da involução) da mídia baiana desde 2003. Agregue-se, ademais, o valor concreto da publicação quanto ao projeto gráfico – desde 2005, assinado pelo designer Sergio Tavares – e aos matérias empregados – papel cochê e exuberante policromia.

O Almanaque é mais um produto da inteligência, da audácia e da persistência de Nelson Cadena. Nascido na Colômbia, ele vive em Salvador desde 1973. Seus filhos são baianos. É, atualmente, vice-presidente da Associação Brasileira de Colunistas de Marketing e Propaganda – Abracomp – e diretor da Associação Baiana do Mercado Publicitário – ABMP. Colabora com veículos baianos e nacionais a exemplo do Correio da Bahia, Jornal da Metrópole, Portal Imprensa (www.portalimprensa.uol.br), Meprópole FM (é um dos apresentadores do programa “Tabuleiro”)e mantém no ar o site :
http://www.almanaquedacomunicacao.com.br/ e o blog correspondente.

A lembrança mais remota que guardo de Nelson Cadena é do período em que ele foi hippie. O vi na porta do Icba, no Corredor da Vitória, vendendo artesanato. Em lugar de sapatos, os pés estavam protegidos com ataduras. Sobre esse período, Cadena lançou, em 2004, o livro A Viagem. Uma crônica hippie dos anos 70, que é um retrato sem retoque da nossa geração e do seu trânsito pela Ilha de Itaparica. Passei a ter mais convívio com ele, ainda na década de 1970, quando o reencontrei na condição de funcionário de A Tarde, porta pela qual ingressou, suponho que estimulado pelo então diretor redator-chefe Jorge Calmon, no vasto mundo da história da mídia baiana. É dele, por exemplo, o livro 50 anos da Associação Baiana de Imprensa, publicado em 1980.

Cadena é, há algum tempo, uma referência nacional no estudo da história da propaganda brasileira. Publicou, em 1992, o seu primeiro olhar sobre o tema: 25 Anos da Melhor Propaganda Brasileira, obra levada ao público pela Editora Referência, de São Paulo. Ampliou esse olhar em 2000 quando publicou pela mesma editora paulista o capa dura Brasil. 100 Anos de Propaganda. Em 1999, ele publicou, numa homenagem ao aniversário da Cidade do Salvador, o seu 450 Anos de propaganda na Bahia, obra, como as demais, farta e cuidadosamente ilustrada.

O colombiano Nelson Varón Cadena, que é baiano há quase 40 anos, não pedirá a ninguém o Título de Cidadão Baiano. Todavia, face à relevante obra desse sul-americano, eu peço o título para ele, porque já é bom tê-lo como baiano de fato, mas melhor será tê-lo como baiano legal.

* Jornalista, produtor editorial e professor universitário. lulapt@svn.com.br

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